A Universidade Lusófona desde há muito que se tem empenhado na divulgação e criação de linhas orientadoras de responsabilização ética no uso da Inteligência Artificial Generativa (IAGen). Este empenho tem encorajado os estudantes e, sobretudo, professores e investigadores no uso desta nova tecnologia em contínua renovação.
Embora, como sempre afirmámos, o seu uso traga muitas vantagens ao trabalho académico, existem riscos inevitáveis a considerar, para os quais são necessárias medidas de controlo e segurança, como aliás em qualquer situação de risco.
Os princípios gerais que norteiam há muito as universidades devem permanecer, porém devem ser atualizados e adequados a novas realidades em que o uso académico de ferramentas baseadas em IAGen tem vindo a tornar-se comum. Não se trata apenas de uma nova tecnologia, mas de uma nova geração de tecnologias assentes num paradigma distinto na produção e disseminação de conhecimento.
O uso da IAGen pode economizar tempo e esforço e aumentar a criatividade e a interatividade. No entanto, o seu uso também suscita questões éticas e nenhuma destas ferramentas, ainda em evolução, é neutra, refletindo os enviesamentos e os erros dos recursos com que são treinadas.
Assim, e de acordo com o estabelecido nos Despachos Conjuntos nº 64/2024, de 17 de dezembro e nº 76/2023, de 23 de novembro, fixam-se aqui os princípios normativos que devem orientar o rigor científico, ético e pedagógico da universidade na interação com as plataformas de IAGen:
1.
TRANSPARÊNCIA nas tarefas em que professores, investigadores, colaboradores e estudantes utilizam tecnologias de IAGen. A aposição do uso de IAGen, «em parte» ou «no todo» nos trabalhos académicos é uma obrigação de transparência e de boa relação entre quem ensina, quem avalia e quem aprende.
2.
RESPEITO pelos direitos de autor, em imagem, som, música, textos, projetos e linhas de investigação. Este respeito deve ser extensível, também por obrigação legal, a dados pessoais ou informação confidencial. A responsabilidade ética obriga a que só com o consentimento dos autores e demais envolvidos pode haver publicação de qualquer trabalho académico que contenha conteúdos. protegidos legalmente por direitos autorais.
3.
VERIFICAÇÃO, talvez a tarefa mais importante, quando estamos no uso de uma tecnologia muito recente e ainda pouco consciente dos erros e da falsa informação: a verificação das fontes e sua fiabilidade é essencial para a aprovação académica do que está escrito ou gravado.
Na academia, a transparência é fundamental para avaliar as trocas de informação e conhecimento entre pares e entre estudantes e professores. A avaliação correta sobre o conhecimento, informação e competências do outro são essenciais para um julgamento integro que sempre foi um propósito da universidade. E este facto tanto serve um trabalho individual ou coletivo para avaliação numa UC como para a publicação ou edição de obra científica ou pedagógica.
E como podemos ser transparentes no uso de IAGen?
a.
b.
c.
E como podemos ser responsáveis no uso de IAGen?
a.
Como atrás foi afirmado, se é permitido (aqui as linhas gerais inscritas na FUC são importantes) o uso desta tecnologia devemos ser transparentes em todas as tarefas em que fizemos uso de IAGen. No caso de uma apresentação, artigo, imagem ou outro documento, o seu uso e respetivas fontes devem estar inscritas no documento, em apêndice, por exemplo. No caso de uma tese, dissertação ou artigo deve ser indicado, o seu uso, na introdução e nos materiais.