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  • “As machines get better at being machines, humans have to get better at being more human.”
    — Andrew J. Scott, Professor of Economics at London Business School


Guião de Procedimentos

Inteligência Artificial Generativa

A Universidade Lusófona desde há muito que se tem empenhado na divulgação e criação de linhas orientadoras de responsabilização ética no uso da Inteligência Artificial Generativa (IAGen). Este empenho tem encorajado os estudantes e, sobretudo, professores e investigadores no uso desta nova tecnologia em contínua renovação.

Embora, como sempre afirmámos, o seu uso traga muitas vantagens ao trabalho académico, existem riscos inevitáveis a considerar, para os quais são necessárias medidas de controlo e segurança, como aliás em qualquer situação de risco.

Os princípios gerais que norteiam há muito as universidades devem permanecer, porém devem ser atualizados e adequados a novas realidades em que o uso académico de ferramentas baseadas em IAGen tem vindo a tornar-se comum. Não se trata apenas de uma nova tecnologia, mas de uma nova geração de tecnologias assentes num paradigma distinto na produção e disseminação de conhecimento.

O uso da IAGen pode economizar tempo e esforço e aumentar a criatividade e a interatividade. No entanto, o seu uso também suscita questões éticas e nenhuma destas ferramentas, ainda em evolução, é neutra, refletindo os enviesamentos e os erros dos recursos com que são treinadas.

Assim, e de acordo com o estabelecido nos Despachos Conjuntos nº 64/2024, de 17 de dezembro e nº 76/2023, de 23 de novembro, fixam-se aqui os princípios normativos que devem orientar o rigor científico, ético e pedagógico da universidade na interação com as plataformas de IAGen:

1.

TRANSPARÊNCIA nas tarefas em que professores, investigadores, colaboradores e estudantes utilizam tecnologias de IAGen. A aposição do uso de IAGen, «em parte» ou «no todo» nos trabalhos académicos é uma obrigação de transparência e de boa relação entre quem ensina, quem avalia e quem aprende.

2.

RESPEITO pelos direitos de autor, em imagem, som, música, textos, projetos e linhas de investigação. Este respeito deve ser extensível, também por obrigação legal, a dados pessoais ou informação confidencial. A responsabilidade ética obriga a que só com o consentimento dos autores e demais envolvidos pode haver publicação de qualquer trabalho académico que contenha conteúdos. protegidos legalmente por direitos autorais.

3.

VERIFICAÇÃO, talvez a tarefa mais importante, quando estamos no uso de uma tecnologia muito recente e ainda pouco consciente dos erros e da falsa informação: a verificação das fontes e sua fiabilidade é essencial para a aprovação académica do que está escrito ou gravado.

Na academia, a transparência é fundamental para avaliar as trocas de informação e conhecimento entre pares e entre estudantes e professores. A avaliação correta sobre o conhecimento, informação e competências do outro são essenciais para um julgamento integro que sempre foi um propósito da universidade. E este facto tanto serve um trabalho individual ou coletivo para avaliação numa UC como para a publicação ou edição de obra científica ou pedagógica.

E como podemos ser transparentes no uso de IAGen?

a.

Anotar todos os passos na pesquisa em IAGen, se possível ficando com capturas dos ecrãs. Lembramos que, no tempo, facilmente nos esquecemos onde recolhemos uma ou outra informação, i.e., sem esta anotação podemos estar a esquecer as fontes, importantes para a sustentabilidade do nosso trabalho.

b.

Explicar em que partes do trabalho houve uso desta tecnologia: por exemplo, para ilustrar, explicar conceitos, fundamentar dados históricos, para traduzir, etc.

c.

No caso de um uso mais intensivo de IAGen, informar quem lê ou ouve, professor, colega ou leitor/ouvinte. Esta informação deve ser bem visível no princípio do documento: «este filme/imagem/texto/poema/romance/ tradução/artigo/aula (à escolha), foi, na totalidade ou parcialmente, criado em IAGen». A subtração desta informação incorre num processo de plágio.

E como podemos ser responsáveis no uso de IAGen?

a.

Como atrás foi afirmado, se é permitido (aqui as linhas gerais inscritas na FUC são importantes) o uso desta tecnologia devemos ser transparentes em todas as tarefas em que fizemos uso de IAGen. No caso de uma apresentação, artigo, imagem ou outro documento, o seu uso e respetivas fontes devem estar inscritas no documento, em apêndice, por exemplo. No caso de uma tese, dissertação ou artigo deve ser indicado, o seu uso, na introdução e nos materiais.

b.

Nunca utilize imagens, sons ou textos que não tenham a aprovação, para edição ou publicação, dos seus autores. Excetuam-se aqui, obviamente, os processos já em uso na atualidade, a compra de sons ou imagens em plataformas próprias para publicação. Temos de ter sempre permissão ou licença para a utilização de dados ou informação protegida pelos direitos de autor, quando a lei não prevê, explicitamente, o seu uso livre.

c.

Nunca utilize dados pessoais ou confidenciais que possam estar alojados erradamente na publicação de resultados de projetos científicos, académicos ou empresariais. Não esquecer que os regulamentos de proteção de dados podem ser distintos de país para país.